30 de jan. de 2010

Uma Década de Blur

Há exatos 10 anos eu estava em São Paulo curtindo as férias de começo de ano. Fazia um ano que minha família e eu tínhamos nos mudado de SP para Alfenas (MG), e a essa altura já estávamos saindo de Alfenas para vir morar em Vitória da Conquista (BA). Eu tinha acabado de completar a 7ª série, e não estava lá muito feliz com tantas mudanças de cidade/escola...mas quem se importava com a opinião de uma garota de 13 anos?

As mudanças também se estendiam para o campo dos gostos pessoais, ou mais especificamente, do meu gosto musical. Desde 1998, ano em que minha irmã e eu descobrimos a MTV (que super fez a diferença em nossas vidas, na época), a música já desempenhava um papel fundamental em nosso dia-a-dia. Já tínhamos uma inclinação para idolatrar bandas/músicos, sabe-se lá de onde puxamos isso.

Enfim, tanta enrolação é para dizer que naquele mês de janeiro de 2000 eu redescobri a bandinha que viria a fazer parte da minha vida. Eu já tinha ouvido falar em Blur. Afinal, quem nunca tinha escutado "Song 2"? Ou assistido ao clipe do leitinho? E "Girls & Boys"? "Tender"? Sim, era uma banda que eu dizia gostar mesmo conhecendo muito pouco. Sabe como é, né, a vida de uma garota de 12/13 anos sem acesso à internet e sem dinheiro para pagar pelos caríssimos cds importados.

Voltando às minhas férias de 10 anos atrás...eu estava na casa da minha tia Tereza, aproveitando a TV a cabo e passeando pelo 60 canais disponíveis. Então parei no canal 52 (ou seria 51?), chamado The Superstation, e o programa era o The Album Show. Dei de cara com o clipe de "Parklife". Nunca tinha assistido, mas reconheci a banda. Corri para pegar minha fita VHS e gravar os vídeos. Dei sorte, "Parklife" era só o primeiro, depois veio "To The End", "Girls & Boys" e "End of a Century". Foi amor instantâneo! Não dá para explicar o que eu senti assistindo aqueles clipes...só sei que eu não passava um dia sem enfiar aquela fita no vídeo cassete e apertar o play!

A partir de então começou a minha luta em busca dos cds do Blur. Eu já estava morando em Vitória da Conquista, e não existia cd da banda em loja alguma! Sofri com os vendedores respondendo "Blah? Tem cd desse tal Blah aqui não!". Tive que mandar dinheiro para uma amiga de SP comprar o Parklife pra mim (porque comprar por site ainda não existia em minha vida). Aos poucos fui completando a coleção...alguns minha amiga comprou e enviou, outros eu comprei quando viajei para SP. O único que encontrei vendendo em Conquista foi o The Best Of, e até hoje juro que a loja só ficou sabendo da existência do Blur por minha causa!

Nesse mesmo ano eu conheci a Lilian, fã da banda que tinha publicado seu nome e endereço na revista Showbizz, que eu colecionava. Começamos a nos comunicar por carta, ela foi o meu Google do Blur. Nem sei por onde anda a garota hoje em dia, ela nem deve desconfiar da diferença que fez para mim. Eu fiquei por dentro de todas aquelas detalhes pessoais que os fãs bobos gostam tanto: nomes completos dos integrantes, datas de nascimento, estado civil, nomes dos pais e irmãos, filhos, toda a história do Damon x Justine, enfim...informações muito úteis! Rá! Mas o mais importante de tudo: na única vez em que me encontrei com a Lilian ao vivo, ela gravou duas fitas cassetes só com b-sides do Blur. Nem tenho palavras, né? Um b-side melhor que o outro! *-*

Algum tempo depois, em 2002, a garota aqui ainda não tinha acesso à internet. Tudo o que eu sabia sobre música era através da MTV e da Showbizz. E então vejo na MTV a bomba: o Graham saiu do Blur! Lembro de como fiquei chocada com a notícia. Lembro o quanto odiei o Marcos Mion e a Didi Wagner, por darem a notícia despreocupados, nem um pouco sentidos com a minha tristeza. Lembro a vergonha que passei ao chorar no ônibus a caminho da escola, e a colega que estava comigo se preocupar achando que alguém da minha família tivesse batido as botas. Hahahahahah, agora dá para rir com essa história, mas na época foi bem traumatizante.

Enfim...eu poderia passar horas e horas contando causos e causos da minha história com o Blur. Poderia falar da minha fixação em escrever o nome da banda nas paredes de todas as casas onde morei e nas carteiras das escolas...



...ou de como todos os meus amigos relacionavam a banda a mim e vice-versa, ou da chamada de novela mexicana que a minha irmã criou...



...enfim, muito já se passou. O Blur nem existe mais. Certamente essa última década não foi a melhor para se tornar fã da banda. Fora isso, a garota aqui cresceu, algumas opiniões mudaram, milhares de bandas apareceram e a fizeram/fazem feliz, mas o Blur sempre terá aquele cantinho só dele. Afinal, foram eles que definiram meu gosto musical, que me apresentaram todas as outras bandas que passei a admirar (influências/influenciados). Não dizem "os Beatles são os Beatles"? O Blur é o Blur, e ponto! Tudo isso é para dizer: Blur, parabéns pelos seus 10 anos fazendo parte da minha vida! Já está na puberdade! ^^

6 comentários:

vitormagno disse...

incrivel neh ana, como a musica pode mudar o rumo de uma vida. da forma q foi o blur pra vc, isso acontece comigo com os smiths. acho q se n tivesse conhecido eles, minha vida seria totalmente diferente. e msm as bandas tendo acabado, como vc disse, sempre tem o lugar dela la guardado. e blur é melhor q oasis uhuuuu!!!!

Croc disse...

Bom, Blur é sensacional. Mas, por culpa da senhorita, atualmente acho que Mansun é ainda melhor.

Mas é fato consumado que eu tenho mais histórias pra contar embaladas pelo Blur que pelo Mansun... ;)

Cristina disse...

Nossa, Ana! Agora é que me dei conta de que tbém faz 10 anos que conheci o Blur! Qta coisa por causa dessa banda na minha vida...
Vou tentar escrever alguma coisa a respeito depois.

Srta. Tuppence Beresford disse...

DELS!

Por causa de seu post tive que fazer as contas de há quanto tempo eu amo o Blur e... credo, 16 anos é uma VIDA!

Uma vida boa, por assim dizer.

bjunda

Geraldo Brito (Dado) disse...

Coisas de fã e só quem já foi de alguém um dia entende...

Clara Carolina disse...

hahaha Bem conheci esse causo de amor!