7 de jun. de 2009

Our House

Este é o assunto sobre o qual mais tenho vontade de escrever, mesmo que ele já tenha dado as caras no post anterior. Minha casinha nova, que mesmo sendo alugada e dividida com mais duas garotas, é o primeiro lugar desde que saí da casa da mamãe que considero uma quase “home sweet home”.

Esta é a quinta casa nos meus 4 anos e meio de Salvador, e é a quarta vez que divido as despesas com pessoas diferentes. Então porque só agora me sinto verdadeiramente em casa? Talvez eu esteja exagerando um pouco. O que eu considero “meu lar” é a casa onde minha mãe e irmã moram, um dos poucos lugares onde me sinto bem-vinda. Mas nem tem a ver com a “casa” em si. Já moramos em trocentas casas em Vitória da Conquista (vocês devem estar se perguntando o porque de tantas mudanças), então o que me faz sentir bem é estar na casa onde minha mãe está, me deixando impaciente com todas as suas reclamações. Haha. E onde minha irmã está, sendo muito mais pirracenta do que companheira. :p E tem algo nos móveis também...o conjunto do quarto da minha mãe, mesa e armário da cozinha, o sofá, o bibelô-cachorro da mesinha da sala. Mas ao mesmo tempo o cantinho que eu costumava ter está descaracterizado. A cama velha, os puxadores quebrados do guarda-roupa, a cômoda intrusa entrando em desarmonia com o resto dos móveis. Às vezes sinto que meu antigo quarto virou um quase-porão.

A minha nova casa é bastante vazia. Tudo o que tem na sala é um tapetinho no chão. A máquina de lavar que até hoje não consegui fazer funcionar é da proprietária da casa, e na cozinha a falta de uma geladeira faz muita comida ir para a lata de lixo. Acho que é justamente isso que me agrada em morar aqui. Explico.

Antes eu não morava na “minha casa”, mas sim na “casa dos outros”. Em todos os lugares onde morei já existiam habitantes, que só queriam uma companheira para diminuir as despesas. Passei anos sem ter nada além de roupas. Colchão, guarda-roupa, tudo era emprestado. O desespero para ter meu cantinho era tanto que quando recebi meu primeiro salário (já tendo um quarto só meu, depois de passar três anos divindo quarto) eu nem pensei duas vezes: comprei cama e guarda-roupa, tudo à vista. Depois um rádio, e então um criado-mudo, e imprimi posters para colar na parede, e comprei cortina, tapete e porta-cd’s. Mas ainda não era a minha casa. Eu tinha o meu cantinho, mas quando saía pela porta do quarto tudo mudava. Então quando a relação com as roommates piorou eu decidi que estava na hora de procurar um novo lugar.

Saí com a Rose, que conheço desde a 8ª série, procurando placas “Aluga-se”. A paixão foi instantânea ao encontrarmos a casa de onde estou escrevendo este post. Nova, ainda cheirando a tinta, arrumadinha, em frente a faculdade, o que mais poderíamos querer? O plano de morarmos só as duas não vingou pelo preço do aluguel e pela sobra de um quarto na casa. Ok, teríamos que procurar mais alguém para dividir as despesas, mas não importava. A casa era nossa!

Logo que a chuva deixou fiz minha mudança, mais feliz do que nunca. Cheguei na nova casa e ela estava completamente vazia. Arrumei meu quarto, comprei alguns untensílios para a cozinha, lavanderia e banheiro, e morei sozinha por duas semanas. E essas duas semanas foram as mais legais que eu tive em muito tempo. Tive a casa inteira só para mim, e foi quando eu constatei que nasci para morar sozinha. Enfim, após duas semanas minha nova roommate veio me fazer companhia, e em mais duas semanas conseguimos outra garota. E dessa vez minhas roommates não são as donas da casa. Nós três temos poucas coisas, estamos montando um lar aos poucos. Os quartos delas são bem mais vazios que o meu. Também não tem confusão na hora das tarefas domésticas, porque a casa é tão querida que sinto a vontade de vê-la sempre limpa e organizada. Engraçado como eu NUNCA tinha sentido isso antes. Minhas ex-roommates sempre reclamavam, e confesso que elas tinham razão, sobre minha falta de ajuda nos afazeres domésticos. Agora eu percebo que não era preguiça ou folga minha: eu só não queria arrumar e limpar uma casa que não fazia eu me sentir bem acomodada, uma casa que não era MINHA. E sendo MINHA casa, eu não me sinto obrigada a mudar daqui se houver desentendimentos com uma das duas garotas. Afinal, eu cheguei primeiro! Hah!

Tudo para dizer que depois de tanto tempo eu estou me sentindo bem, de verdade. E agora com Leslie IT me fazendo companhia...

só falta uma cervejinha gelada. Estou em abstinência de álcool. HOHOHO.
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4 comentários:

Srta. Tuppence Beresford disse...

ownnnn... (L)

Cristina disse...

Entendo esse seu sentimento; escrevi algo parecido no meu blog esses dias. É um bom tema pra se analisar, né?
beijos e boa sorte na sua nova casinha :]

Carrie Bradshaw Tupiniquim da Silva disse...

our house, in the middle of the street rs
foi o q lembrei qdo li o título rs

Ana disse...

sim, o título veio dessa música mesmo!!!! \o/