3 de abr. de 2009

Imagina, é JUST A FEST!

Atrasadíssima, como sempre. E Radiohead, sabe como é, né....TRILHÕES de blogs já escreveram sobre o show logo no dia seguinte ao grande acontecimento, então meu post só valerá para constar que SIM, EU TAMBÉM ESTAVA LÁ! \o/

Apenas cinco meses após o Planeta Terra, show que me fez gastar uma boa quantia de dinheiro com passagens de avião e ingressos para ver bandas tipo Kaiser Chiefs e REM (dinheiro muito bem empregado, diga-se de passagem), lá fui eu gastar mais dinheiro por causa de show. Situação mais precária dessa vez, então a passagem de ida foi de ônibus mesmo, o lugar escolhido foi o mais próximo desta querida Bahia de Todos os Santos (tanto em questão de distância quanto em semelhanças), os gastos foram mínimos e a volta foi de avião porque estava barato. Enfim, há duas semanas atrás, dia 20/03, nesse mesmo horário, eu e minha irmã estávamos lááá no final de uma longa fila em frente a Praça da Apoteose (ela mesma, ainda cheirando a Carnaval), já sem esperanças de conseguir um lugar na grade para o show em questão, o Just a Fest, line-up: Los Hermanos, Kraftwerk, e Radiohead! Estávamos lá, é óbvio, por causa do Radiohead. Nós e mais 98% do público. Os outros 2% estavam lá para apreciarem a volta dos chatos dos Los Hermanos, e umas duas pessoas sobreviviam na multidão pelo Kraftwerk.

Alguns amigos nossos de Vitória da Conquista chegaram ao local, e vendo nossa posição desencorajadora na fila, nos ofereceram uma tentadora maçã: furar a fila. Bem, é verdade que isso sempre foi contra meus princípios...mas o caso pedia que cometêssemos tal pecado. Primeiro, nossa posição na fila era de dar pena. Segundo, passamos um dia inteiro viajando dentro de um ônibus, merecíamos algo mais recompensador. E terceiro, lá na porta do local simplesmente não existia fila, e sim um bolo de gente preparado para lutar pelo seu lugar na grade. Pois bem, fomos para o meio do bolo. E ninguém nos olhou feio, é claro. Eles eram tão pecadores quanto nós.

Mas eu realmente não estava preparada para uma maratona, e sim para um show. Quando abriram os portões, a correria foi TANTA, mas TANTA, que muita gente caiu pelo caminho, foi pisoteado, puxou os outros pela camisa, quase deixando a pessoa sem roupa (foi o que minha própria irmã fez comigo, por exemplo), etc e tal. Então encontramos um segundo portão. O aperto era TANTO que quando abriram os portões, até agradeci por poder correr novamente. Então chegamos ao local de entregar o ingresso (ou teve um terceiro portão antes? não lembro), e aí eu já tinha me perdido de todas as pessoas que conhecia. Tudo bem, já me acostumei. O que me alegrava era saber que eu estava na frente de todas elas. Hohoho.
A última corrida foi a mais difícil. Eu estava lá, vendo a grade, e já nem tinha forças para correr. Pensem, eu atravessei a passarela do Carnaval do Rio de Janeiro correndo que nem uma desvairada! Parei no meio do caminho, ao lado da mesa de som. Respirei fundo, e pensei comigo mesma "vai, Ana Paula, só mais um pouquinho, olha a grade lá. Você não vai se arrepender!". Então corri, mas a grade já estava cheia. Blé. O que me restou foi a segunda fila, e nem era lá no meio, e sim logo de frente ao Jonny Greenwood. E com uma garota nanica na minha frente. Nada mal, nada mal.

Daí pra frente foi só cansaço. Apareceram os temidos homens da água, que começaram vendendo um copo de água (leiam bem, não era uma garrafa, era UM COPO) por três reais, depois de meia hora por quatro, e finalmente por cinco. Nem quis saber o preço da coca-cola. A Ingrid, minha conhecida de Conquista, me encontrou no meio da multidão e passou o show todo comigo, até conseguiu um lugar melhor que o meu.

A primeira banda, Os Irmãos, agradou um tanto de gente. Me senti um peixinho fora da água estando rodeada por várias pessoas gritando as letras das canções da banda. Gente, mas como me deu sono. MUITO sono. Senti que ia desabar a qualquer momento, principalmente nas canções cantadas pelo Amarante, vestido a rigor da moda "traficante colombiano", com aberturinha no peito peludo e tudo. Não desceu. Desculpa ae, até gosto de algumas coisas dos Los Hermanos, mas o show foi chato pra dedéu. Talvez porque priorizaram os dois últimos álbuns? Pode ser...mas é mais fácil que eu não tenha gostado porque eu não gosto mesmo. E pronto.

Já o Kraftwerk merecia flores, bombons, vinho tinto e jantar a luz de velas (sonhando com O Digno aqui...aiai). Não conhecia muito a banda, tinha baixado um álbum há poucas semanas atrás para não ficar no escuro, e tinha gostado (o álbum em questão era o Trans-Europe Express). Não fazia ideia de como era o show.
O queixo de todo mundo começou a cair quando os "instrumentos musicais" da banda entraram no palco. E depois quando a banda entrou, e as imagens do telão começaram a piscar e...gentem, o que era aquilo? Era digno, MUITO digno! As canções eram boas, o visual era tudo, acredito piamente que quase ninguém lá conhecia Kraftwerk, mas que todos foram dominados pela banda. Simples assim. Eu fui dominada. Fiquei tão feliz quando reconheci uma das músicas tocadas (Trans-Europe Express). Dancei e percebi que estava presenciando algo único, e que isso provavelmente não aconteceria de novo. Acho que o elemento surpresa foi essencial ali. Algumas pessoas dizem que os shows da banda são sempre iguais...pode ser, mas eu nunca tinha assistido nada do Kraftwerk na minha vida, então o impacto foi grande. E me fez correr atrás de todos os álbuns deles.

Foi um ótimo show para tirar fotos, como
podemos perceber...








Vai ser digno assim lá no Cabula!
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Por último, dãr. Radiohead entra no palco todo feliz e saltitante. Só não mais que o público. Gentem, Radiohead é Deus e o público daquele dia na Apoteose eram as ovelhinhas. Dá para entender perfeitamente a situação. Boatos de um possível show da banda no Brasil rolaram por anos e anos, e a fama crescia cada vez mais. Quando a possibilidade de tocar aqui já estava se firmando como lenda, apareceu o Just a Fest. Os ingressos não esgotaram (pelo menos não no Rio), mas 24 mil pessoas é um público mais que bom, não?
A banda é excelente ao vivo. A voz do Thom Yorke é a mesma coisa dos álbuns. Mesma coisa! Divina! O Ed já virou brasileiro, daqui a pouco muda o nome de "Ed O'Brien" para "Eduardo dos Santos Silva". O Colin ficou lá atrás, quase não o vi durante o show, mas sempre quando aparecia ele estava pulando e batendo palmas. O Phil eu só via quando levantava da bateria. Mas como estava chique o careca, de camisa social ROXA e gravata preta. Chiquérrimo! E o Jonny...completamente autista! Hahahahah! A mesma coisa de 10 anos atrás. Cabelo na cara e performances incríveis. Só não abria a boca.
Quanto ao set list...priorizaram o último álbum, In Rainbows, é claro. Gosto dele, mas ainda não o tenho fixado em meu acervo mental de músicas. A verdade é que sempre que eles tocavam alguma canção antiga a felicidade da plateia era instantânea. Assim foi com "Airbag", a primeira música da leva das antigas. Teve gente chorando e tudo. Depois "Karma Police", a culpada do maior coro da noite: "and for a minute there, I LOST MYSELF, I LOST MYSEEELF", gritada a exaustão por 24 mil pessoas. Verdade, esqueci de dizer que mal dava para ouvir a voz do Yorke. Ficar perto da grade tem seus prós e contras. Pró, ficar pertinho da banda, sem nenhum grandalhão atrapalhando sua visão. Contra, estar rodeada de fãs doentes que gritavam as letras das canções no seu ouvido. Tudo bem.
Outros grandes momentos: o Ed saudando a plateia com um português impecável, "Just", "Street Spirit", "Paranoid Android", "There There" e "You and Whose Army?" (mais pelas imagens do telão, que davam um close nos "belos olhos" do Thom, enquanto ele fazia expressões que divertiam o público) e descobrir que o Thom, mesmo falando pouco, é pura simpatia, dá atenção aos fãs durante o show, quase mandando beijinho (ou isso de fato aconteceu?).
Foram 25 canções, e quando acabou eu nem fiquei triste. Eu já estava cansada e satisfeita. Fiquei feliz por poder comprar um guaraná depois de tantas horas em pé sem comer nem beber nada, e também por atravessar a passarela do Carnaval andando tranquilamente, marchando com pessoas que também estavam cansadas, mas felizes. Assim acredito.


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Tentativa de sorriso, olha!
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O Jonny se escondendo
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Eduardo dos Santos Silva
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O Colin batendo palmas!
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3 comentários:

Ana disse...

gente, acabei de descobrir que o Jonny Greenwood é casado!!! e é com uma mulher!!!! hauhahuaahuaauhau

Srta. Tuppence Beresford disse...

"e umas duas pessoas sobreviviam na multidão pelo Kraftwerk".

eu era uma delas. feliz da vida!

e cantando the model! \o/

Menina Enciclopédia disse...

e eu q não contei a minha saga ainda? rss quem serão essas duas q são fãs do kraftwerk? rs